#011 - A Decadência do Debate Público.

Hoje vamos fazer uma análise sobre o que está por detrás da decadência do debate público... E vamos utilizar como exemplo: Trump e Biden.

Boa noite! Como você leu acima, hoje falaremos sobre algo polêmico, mas que sem sombra de dúvidas é extremamente importante. E caso você esteja se perguntando “Oxi, por que vocês estão mandando a edição hoje esta hora?”

Bom, na semana passada, durante a votação entre segunda x Quarta, a quarta feira ganhou em cheio, portanto, vamos fazer mais uns testes nas próximas edições, e chegaremos ao veredito.

No mais, vamos ao que importa.

Uma retrospectiva geral sobre os últimos dias…

Nos últimos dias, o mundo acompanhou o debate para a disputa presidencial do país mais poderoso do mundo, envolvendo Donald Trump e Joe Biden.

  • Um debate que foi marcado por "Acusações e Baixarias", replicando bem o que pudemos ver no Brasil nas eleições de 2022: muita acusação, muitos xingamentos e um desfoque muito grande nas pautas principais.

Mas, principalmente, o debate repercutiu muito por demonstrar para o mundo que o atual presidente da maior potência mundial sequer comanda de fato o país.

  1. Durante o debate, a falta de clareza, a confusão, os dados incorretos e a ênfase nas trocas de farpas refletiram uma preocupante superficialidade no tratamento de questões essenciais.

  2. De certa forma, isso reflete uma tendência global de degradação do debate público, onde a política se torna mais um espetáculo de entretenimento do que um fórum para discussões sérias e fundamentadas.

  3. Essa degradação é alimentada por uma combinação de fatores, incluindo a polarização extrema, a influência das redes sociais e a busca incessante por manchetes sensacionalistas.

Mas… Se formos analisar este debate entre Donald Trump e Joe Biden de uma maneira mais profunda, podemos constatar que, na verdade, esse debate reflete como os mecanismos de poder da nova era funcionam.

A política é algo muito mais complexo e profundo do que aparenta ser. O debate e o pós-debate nos deram clareza acerca de uma coisa:

Os políticos, hoje em dia, são apenas representações de "Grupos de Governança".

É nítido que Joe Biden não comanda verdadeiramente o país. Ele é apenas uma imagem. Quem comanda é o partido, as grandes corporações e uma verdadeira "elite política".

Ou seja, pudemos ver de uma forma mais clara, que na verdade, o "sistema" é muito maior do que qualquer político.

E portanto… O que verdadeiramente importa não é o político em si, mas o referencial existencial que o sistema político seguirá.

Como assim?

A política é regida por um referencial existencial.

Se hoje temos debates cada vez mais rasos, baseados em pautas efêmeras e sem um sentido real, é sinal de que, na verdade, nossas vidas são baseadas no desejo…

Calma, vamos lhe explicar…

Imagine que você agora governa para uma sociedade de crianças, crianças não possuem um sistema de valores sólido, e muito menos tem maturidade para tratar de temas verdadeiramente sérios.

Crianças brincam, e gostam de se fantasiar de coisas que não são.

E para você ser eleito, você terá que atender os desejos dessas crianças. Mas você sabe, que na verdade, os desejos delas não podem ser atendidos a todos os momentos, pois se não elas se tornarão “Mimadas".

E isso, por consequência irá leva-las à uma decadência. Elas construirão uma vida infeliz e cheia de fracassos.

Pois no mundo dos adultos, é necessário ter maturidade.

Isso é: Um sistema moral e intelectual bem desenvolvido. Uma capacidade de guiar a sua vida de acordo com a razão, e não com a emoção.

E se formos correlacionar este exemplo com os dias de hoje, pode ter certeza que na verdade, nossas vidas são regidas pela IMATURIDADE.

  • Onde não sabemos dar valor as coisas verdadeiramente importantes, estamos viciados no desejo e na satisfação, e guiamos nossas vidas com base em emoção, e não com base na razão.

  • Ou seja, queremos dizer que: Hoje, o sistema em si prioriza o hedonismo, consumismo e a saciação de desejos.

Afinal, qual é o objetivo de todos os políticos?
  1. Melhorar a economia, divertir a população, dar mais liberdade para a população fazer o que quiser, acabar com a criminalidade, etc.

Tudo desejo, desejo e desejo.

Nada sólido, e por isso que sempre dizemos que: Independente de quem ganhar, nada vai mudar e a corrupção continuará.

Pois, na verdade, o sistema político tem como orientação/Base a busca pela satisfação de desejos e o consumo.

  • Não há um referencial sólido. O Objetivo é saciar desejos.

O objetivo do sistema político não é construir seres humanos, é saciar os desejos humanos. Ou seja, a política moderna constrói seres imaturos, humanos pobres existencialmente e que são guiados não pela virtude, mas sim pelo vício.

Disso advém toda a corrupção, criminalidade, crises e a degradação.

E assim como as religiões, que muitas vezes têm como característica comum a excelência e o aprimoramento do ser, a política deveria também ter como base essa finalidade existencial.

Aliás, Aristóteles já falava disso há milhares de anos, o estágio chamado de "spoudaios".

(Falamos sobre isso na edição da semana passada, se você não viu, recomendamos muito que veja clicando aqui.)

O Verdadeiro papel da educação, é FORMAR o Homem.

Este é o verdadeiro papel da educação: Formar o Homem.

Desenvolvê-lo em sua totalidade, de acordo com sua natureza. Coisa que foi perdida, literalmente.

Hoje, produtificamos o homem, e não o desenvolvemos.

  1. A educação se tornou escolarização e profissionalização. E isso, definitivamente, não é educação.

A educação verdadeira deve nos guiar para a virtude e a excelência humana, preparando-nos para sermos cidadãos completos e conscientes, capazes de contribuir de maneira significativa para a sociedade.

Aristóteles chamava isso de alcançar a eudaimonia, o florescimento humano, que só é possível através da prática constante da virtude e do desenvolvimento intelectual e moral.

Essa verdadeira educação promove o discernimento, o pensamento crítico e a sabedoria prática, que são fundamentais para tomar decisões justas e equilibradas.

Ela nos ensina a viver de acordo com a razão e a buscar o bem comum, ao invés de meramente satisfazer desejos imediatos e superficiais.

E quando nos afastamos deste ideal e focamos exclusivamente em formar mão de obra, negligenciamos a essência do ser humano e, por consequência, começamos a quebrar a sociedade aos poucos.

Nos tornamos vulneráveis à manipulação e ao controle, pois pessoas imaturas e guiadas pelos desejos são mais facilmente manipuladas por discursos populistas e por políticas superficiais.

Portanto, o que nos falta não são mais ideologias. Não é A ou B.

Mas sim, uma educação voltada ao desenvolvimento do ser humano. E não uma educação que forma massas de manobra.

P.S: E falando nisso, na próxima edição falaremos justamente sobre: Massas de manobra.

Até a próxima quarta, às 20:14. (Por enquanto, logo mais daremos o veredito).