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#014 - Geração Z está cada vez mais triste e ansiosa. Por que?
Estudos acerca da infelicidade da Geração Z. Volta e meia, vemos algo relacionado a este assunto, manchetes e notícias dizendo que os índices de tal coisa estão aumentando e Blá Blá Blá... Hoje decidimos entrar no cerne da questão: POR QUÊ?
Hoje falaremos sobre isso, sobre o porquê. De forma aprofundada, resgatando referenciais literários atemporais… Portanto, acomode-se em um lugar aconchegante e prepare-se… Hoje sua mente irá explodir.
1. O mundo está acompanhando a vida dos "Novos Adultos"…

Nos últimos meses, diversos estudos e matérias em veículos de mídia relevantes foram publicados acerca do consumo, da vida e principalmente sobre o bem-estar da geração Z.
Entre os veículos de mídia globais que estão levantando esse tema, estão: The Economist, The New York Times e CNN.
Isso porque, nos últimos meses foi publicado o relatório anual da felicidade.
O Relatório Mundial da Felicidade é uma publicação do Wellbeing Research Centre da Universidade de Oxford, no Reino Unido. Além disso, a parceria é feita entre a Gallup, o Conselho Editorial do WHR e a Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável, iniciativa global das Nações Unidas.
Aliás, se você quiser ver o relatório, aqui está o link de uma matéria da Revista Valor Econômico sobre.
E a questão constatada é que… Os mais jovens estão cada vez mais infelizes. E, aos poucos, os adultos estão se tornando também.
2. Mas o que está deixando os jovens tão infelizes?

Embora o relatório não descreva as razões, os especialistas suspeitam que o uso pesado de mídias sociais seja uma das principais razões para as altas taxas de infelicidade.
Entretanto, apesar de muitos especialistas alertarem apenas sobre isso, a grande verdade é que o estilo de vida, as crenças e os referenciais das novas gerações são completamente diferentes das antigas.
E, portanto… vamos hoje sermos um pouco mais aprofundados e buscar fazer uma análise independente e social acerca disso.
3. A infelicidade como resultado do materialismo e perda dos referenciais existenciais.

Desde o século XIX, filósofos e estudiosos já percebiam uma tendência global que estava a chegar: Crises existenciais e o avanço do materialismo como objetivo final da vida.
Friedrich Nietzsche, sem dúvidas, foi um dos maiores escritores acerca desta corrente de pensamento.
Em suas obras, Nietzsche mostrou em suas reflexões sobre o niilismo que a perda de valores transcendentais e a ausência de uma moralidade sólida estavam levando a sociedade a um estado de desorientação, desespero e imanência exacerbada.
Nietzsche identificou essa crise como um resultado da "morte de Deus", uma metáfora para o declínio da fé religiosa e a erosão dos valores absolutos que anteriormente davam sentido e propósito à vida.
Sem esses valores transcendentais, Nietzsche argumentava que a humanidade corre o risco de cair em um estado de desorientação e desespero.
Ele temia que, sem um propósito maior, os seres humanos buscariam sentido em prazeres efêmeros e no consumismo, tentando preencher o vazio deixado pela ausência de valores mais profundos.
Isso levaria a uma vida superficial, desprovida de verdadeira realização e felicidade.
E veja bem, isso nada tem a ver com religiosidade, ok? Estamos fazendo apenas uma constatação literária acerca deste tema, com base no autor mais conhecido e um dos mais relevantes sobre.
Pelo contrário, para Nietzsche, a solução para o niilismo não estava em retornar aos antigos valores, mas em criar novos valores.
Ele propôs o conceito do "Übermensch" (super-homem ou além-homem) como alguém que transcende os valores tradicionais e cria seus próprios valores, vivendo de acordo com sua própria vontade e buscando a auto-superação.
Esse processo de criação de valores e auto-afirmação, segundo Nietzsche, é o caminho para superar o niilismo e encontrar uma vida de significado e realização verdadeira.
4. Entretanto, após alguns séculos, a proposta de Nietzsche não parece ser muito boa…

Posteriormente a Nietzsche, um grande escritor surgiu: Ortega y Gasset.
Ele começou seus estudos acerca da ascensão de uma nova moda que se popularizava: O Homem-Massa.
E o Homem-Massa se popularizou justamente por conta do ser humano ter atingido um grau de "independência" tão grande que ele começou a criar sua própria filosofia de vida, seus próprios valores e crenças, com base em seus desejos e vontades.
O Homem-Massa se alavanca na sociedade principalmente por ter achado "a nova felicidade", que romperia com todos os outros conceitos antigos: uma felicidade baseada no consumo.
O Homem-Massa já não quer profundidade, não quer relacionamentos sólidos, não quer entendimento, ele quer curtição, "tempo de qualidade" e prazer momentâneo.
Entretanto… isso tudo levou o Homem-Massa a adentrar em uma outra crise: Uma crise de identidade.
Afinal, se todos são movidos a moda, consumo e todos agem em manada, quem sou eu? A resposta é: Massa.
O Homem-Massa não é ninguém, ele não possui personalidade, vive pelo superficial e vive de forma inconsciente.
E isso tudo nos leva ao verdadeiro cerne então da questão: identidade e inconsciência.
Geração Z - Uma geração sem identidade e que vive de forma inconsciente.

A realidade é que grande parte dos estudos de hoje analisam apenas o fato: O fato é que as novas gerações estão infelizes e tendem a permanecer infelizes.
Fato é também que as redes sociais colaboram para isso por diversos fatores como: altos picos de dopamina rápidos, comparações, vício, etc.
Entretanto, precisamos fazer um resgate literário para entendermos esse grande dilema do nosso tempo, e tudo indica que, na verdade, o grande problema das novas gerações não é necessariamente a infelicidade.
Infelicidade é reflexo de algo, e este algo é a vida monótona e pessoas sem identidade (massas).
E, portanto, chegamos a Carl Jung e à psicologia analítica, onde Jung mostra que, na verdade, toda a felicidade do ser humano reside no processo de individuação.
Formação de personalidade própria, de pensamento crítico e de vivência de acordo com sua natureza humana).
E, sem sombra de dúvidas, isso é exatamente o que não acontece nos dias de hoje.
Estamos completamente padronizados e massificados, principalmente os jovens: Onde toda suas vidas são baseadas em modas, trends e “Opinião pública”.
E isso não se aplica apenas aos jovens, até os mais velhos, as crenças, valores e opiniões das pessoas também se padronizaram com as “Ideologias”.
Ou seja…Todos nossos traços verdadeiramente humanos vêm sendo cada vez mais esquecidos:
Famílias.
Momentos humanos e simples,
Relacionamentos profundos.
Educação (Não profissionalização).
Desenvolvimento pessoal (e não profissional).
Saúde e vida real. (As pessoas nem pegam mais SOL).
Tudo isso vem se perdendo, ou seja, constantemente estamos perdendo a nossa própria humanidade.
E o que será de nós a partir de agora?
Bom, não sabemos, mas o fato é… Precisamos de um resgate, um resgate daquilo que verdadeiramente importa: A nossa humanidade.
E pensando nisso… Fique atento, nas próximas semanas, a IntelectualCurioso iniciará o seu Podcast e voltaremos ao Canal no Youtube.
Entraremos em uma nova fase, e se você é alguém que busca verdadeiramente se desenvolver, resgatar sua humanidade e de fato, construir uma vida mais CONSCIENTE… Esteja conosco.
E claro… Indique para os seus amigos, fará completa diferença!
Até a próxima edição.
Referências de Livros:
"A Rebelião das Massas" de José Ortega y Gasset
"A Era do Vazio" de Gilles Lipovetsky
"A Sociedade do Cansaço" de Byung-Chul Han
"O Império do Efêmero" de Gilles Lipovetsky
"Além do Bem e do Mal" de Friedrich Nietzsche
"O Eu e o Inconsciente" de Carl Jung
"A Cultura do Narcisismo" de Christopher Lasch