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- #17 - Voepass - Uma visão humana sobre a tragédia.
#17 - Voepass - Uma visão humana sobre a tragédia.
Em uma era tão midiática, onde tudo se torna espetáculo, é necessário às vezes sermos mais humanos... A Edição de hoje, será impactante, para que você possa repensar a sua vida.
P.s: Hoje estamos postando em uma quinta feira, pois ontem às 20:14 os servidores que nos prestam serviço estavam com instabilidade, e para evitar que algumas pessoas não recebessem os e-mails, decidimos postar apenas hoje a edição.
Luto - Em memória a todas as vítimas do acidente da VoePass.

Há seis dias, um trágico acidente chocou o Brasil. Em Vinhedo, no interior de São Paulo, a aeronave ATR 72-500 da VoePass caiu, ceifando a vida de 62 pessoas.
O avião havia decolado de Cascavel, no Paraná, com destino ao Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo. Às 13h22, a aeronave perdeu altitude abruptamente, despencando mais de cinco quilômetros em apenas dois minutos.
O Corpo de Bombeiros relatou que a queda ocorreu a cerca de 70 km do destino final. Dada a gravidade do ocorrido, decidimos dedicar esta edição em homenagem a todas as vítimas dessa tragédia.
Afinal, o que verdadeiramente aconteceu?

Ainda não se sabe ao certo o que causou o acidente. No entanto, a queda em espiral sugere a ocorrência de um estol — uma situação em que a aeronave perde a sustentação necessária para voar, segundo especialistas.
O estol ocorre quando as asas perdem completamente a sustentação útil, o que pode resultar em uma queda brusca. Dependendo da altitude e das condições, é possível recuperar a aeronave em voo, mas isso nem sempre é viável.
Uma análise de satélite indica que o avião voou entre oito e dez minutos dentro de uma formação de gelo severo — uma condição que o manual da fabricante classifica como de "emergência" e que pode levar uma aeronave como o ATR 72-500 a perder sustentação e girar.
No entanto, as investigações sobre a causa real do acidente continuam, e um relatório preliminar deve ser divulgado dentro de 30 dias.
E em meio a tudo isso, a parte mais triste de todos esses trágicos acidentes, sem sombra de dúvidas é quando a tragédia vai ganhando rostos, histórias e percebemos que na verdade, não são números, cada um dos “Números” na verdade, foram pessoas queridas na vida de alguém.
Histórias, além de números.

E quando olhamos desta perspectiva, é impossível não se emocionar e de fato, percebermos que no fundo, tudo isso que acontece, todas as notícias que vemos, são de pessoas.
Pessoas que tinham uma história, filhos, sonhos, família, e de fato… Uma vida.
Como não se emocionar com a história da pequena Liz de 3 anos, e seu pai Rafael Fernando, que estavam viajando para passar o Dia dos Pais juntos, em Florianópolis, onde morava o avô paterno.
Ou da Fisiculturista Daniela Schulz, 30 anos, que viajava junto ao seu Marido o policial rodoviário federal Hiales Fodra, de 34 anos rumo aos EUA, onde lá, iriam realizar o sonho de Daniela: Participar de sua primeira competição na liga profissional de fisiculturismo.
Do Piloto Danilo Romano, que planejava ter filhos com sua esposa Thalita Valente, e que infelizmente, teve seu sonho interrompido.
Thalita utilizou as redes sociais para fazer uma última homenagem ao seu marido, e em meio às homenagens, ela também fez um desabafo ao dizer que “está sendo desesperador”.
“Meu único desejo era ter você de volta. Liguei incansáveis vezes no seu celular e não pude ouvir sua voz, está sendo desesperador”, disse Thalita.
E prosseguiu: “Te amo Danilo, te amo como nunca amei ninguém”, completou a mulher. Nas postagens, Thalita detalhou que o casal estava junto havia 4 anos e falou sobre o plano que tinham de ter filhos.
Na sequência de publicações, ela também mostrou um bilhete que o piloto tinha deixado antes de sair de casa. “Obrigado por querer ficar comigo hoje. Eu vou, mas eu volto, hein?”, tinha dito Danilo. Na legenda, Thalita escreveu: “Este é o dia mais triste da minha vida”.
Memento Mori: A fragilidade da vida e a alienação moderna.

São tantas histórias que, ao percebermos o peso de tudo isso, notamos como nos acostumamos a consumir uma quantidade tão grande de notícias diariamente que, às vezes, perdemos a sensibilidade e a capacidade de assimilar a realidade.
De acordo com o filósofo e teórico social francês Guy Debord, isso tudo é um reflexo da “Sociedade do Espetáculo”.
Debord dizia que, na sociedade contemporânea, devido à quantidade de estímulos que recebemos diariamente, as relações sociais são cada vez mais mediadas por imagens e representações rápidas, sem um verdadeiro peso ou sentido em nossas vidas.
Com o tempo, isso nos leva a perder a capacidade de ter experiências autênticas, de interagir diretamente, e de compreender a realidade em que estamos inseridos, resultando em uma alienação da vida real que, querendo ou não, se estende para todos os âmbitos de nossas vidas.
E nos leva a viver de forma “Automática”.
A vida automática.

Sem sombra de dúvidas, a maior tragédia na vida de um ser humano é viver uma vida monótona e inconsciente.
E veja bem… Não estamos sugerindo que você seja inconsequente, mas sim que seja consciente.
Ser consciente é refletir profundamente sobre sua própria existência, sobre as relações que mantém, e sobre as escolhas que faz diariamente.
É viver de forma plena, ciente de que cada momento é único e que cada decisão tem um impacto significativo em sua vida e na vida daqueles ao seu redor.
É lembrar que você é mortal.
Aliás, diversas religiões e correntes filosóficas abordam uma prática chamada "Memento Mori", que consiste em se lembrar frequentemente de que a vida pode terminar a qualquer momento.
Pois a verdade é que ela realmente pode terminar.
E você não deve encarar isso de forma assustadora, mas sim de forma humana.
Somos seres temporários. Todos nós, no fundo, temos medo de morrer, mas a morte faz parte da vida.
Não seremos jovens para sempre, e isso não justifica uma vida libertina e superficial. Pelo contrário, é uma bela justificativa para vivermos uma vida profunda, construir histórias marcantes, e sermos, de fato, humanos.
Portanto, não se deixe abater. Em vez disso, busque evitar uma vida monótona e não deixe de lado o que realmente importa.
E veja bem, ao abordarmos este trágico acidente aéreo nesta edição, não estamos apenas compartilhando uma notícia.
Estamos trazendo à tona uma reflexão mais profunda sobre a natureza da vida e sobre como, muitas vezes, nos deixamos levar por um fluxo incessante de informações, sem nos darmos conta do real significado por trás delas.
O que aconteceu em Vinhedo não é apenas mais uma estatística a ser absorvida e esquecida.
É um poderoso lembrete de nossa própria vulnerabilidade, da efemeridade da vida, e da necessidade urgente de vivermos com mais presença, profundidade e propósito.
Por hoje, esperamos que você possa refletir sobre, e levar a seguinte frase para a sua vida:
"Olhe ao seu redor, não se esqueça de que você é apenas um homem. Lembre-se de que um dia você vai morrer."
Até a próxima edição, na quarta-feira que vem. 🥀